Postado por: Letícia Carluccio
Os hormônios tem efeito sobre todos os aspectos de nossas funções corporais. Eles são capazes de determinar de que maneira o corpo responde a determinado estresse físico ou psicológico.
Durante o exercício físico, ocorrem várias desregulações fisiológicas, portanto há um desequilíbrio do organismo. Os hormônios irão reagir a este desequilíbrio a fim de integrar e regular as funções corporais.
Dentre os principais hormônios estimulados pelo exercício físico estão o GH, o ADH, o ACTH, a endorfina e as catecolaminas. Explicaremos a ação de cada um deles, além de ressaltar a insulina e o glucagon.
GH: O GH também é conhecido como hormônio somatotrópico, por ser produzido na hipófise anterior por tipos celulares denominados somatropos. Ele desempenha papéis importantes no controle das reações metabólicas do organismo pois promove o aumento do tamanho e da atividade mitótica de células específicas, como as células de crescimento ósseo e as células musculares inciais.
Além de seu efeito geral de provocar o crescimento, o GH regulas outros efeitos metabólicos, como o aumento da síntese de proteínas e o aumento da mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo. Estes ácidos graxos serão transportados para a corrente sanguínea e serão utilizados como fonte de energia por quase todos os tecidos corporais, com exceção do cérebro e da medula.
A liberação do GH é proporcional a intensidade do exercício. Em estudos foi constatado que há maior produção deste hormônio após a prática de treinamentos de força basicamente anaeróbios.
O aumento da liberação do GH ocorre principalmente nas duas primeiras horas de sono. Por este motivo é indispensável uma boa noite de sono após a prática de exercícios físicos.
ADH: Também chamado de hormônio antidiurético, o ADH é um hormônio hipofisário posterior. Ele atua na diminuição da excreção de água pelos rins.
Na ausência de ADH, os túbulos e ductos coletores dos rins ficam quase impermeáveis, o que impede a reabsorção de água pelo organismo, produzindo uma urina bem diluída.
Já na presença do ADH, a permeabilidade dos ductos e túbulos aumenta enormemente e permite que maior parte de água seja reabsorvida, conservando-a no organismo e produzindo uma urina concentrada. O aumento do ADH é primordial em praticantes de exercício físico porque a atividade muscular promove a transpiração e a consequente perda de líquidos.
ACTH: É o hormônio adrenocorticotropico. Praticamente qualquer tipo de estresse físico promove o acentuado aumento de ACTH pela hipófise anterior, seguido pela secreção adrenocortical de corticóides. (Faça uma visita ao blog de corticoides para entender com mais detalhes:
http://corticoides97unb.wordpress.com/)
Os mineralcorticóides possuem efeitos sobre os eletrólitos dos líquidos extracelulares, em especial o sódio e o potássio. No caso, o principal mineralcorticóide estimulado pelo exercício é a Aldosterona. Sem este hormônio a concentração de íons potássio no organismo se eleva muito, eliminado rapidamente sódio e cloreto e reduzindo os volumes totais de liquido extracelular do organismo. Só para ter uma ideia, a perda total de secreções adrenocorticais provoca a morte do individuo em até 3 dias ou no máximo uma semana e meia.
As secreções de cortisol também serão estimuladas pelo exercício, pois estão intimamente relacionadas ao stress ao qual o organismo se encontra exposto. Este hormônio ativa respostas do corpo ante situações de emergência para ajudar a resposta física aos problemas, aumentando a pressão arterial e o açúcar no sangue, propiciando energia muscular. A gliconeogênese é ativada, bem como a mobilização de ácidos graxos e o catabolismo de proteínas. Os exercícios regulares também liberam endorfina, que mantém os níveis de cortisol adequados.
A endorfina deriva-se das palavras endo (interno) e morfina (analgésico). É responsável pela sensação de bem-estar, conforto e melhor estado de humor. Algumas pesquisas constatam que os efeitos da endorfina podem ser sentidos em média 1 hora após a sua liberação. Este fato explica a sensação de bem-estar após a pratica de atividades físicas. Quanto maior a intensidade dos exercícios, maior será a excreção de endorfina.
Referências Bibliográficas:
MCARDLE, William; KATCH, Frank. Fisiologia do Exercício.7ªedição. editora Guanabara: Rio de Janeiro, 2011. p. 413-430.
FOSS, Merle. Bases Fisiológicas do Exercício. 6ª edição. editora Guanabara: Rio de Janeiro, 2000. p.427-450.
http://www.palavrademedico.com.br/cresc.html
http://www.assessocor.com.br/noticias.aspx?__idNot=230