Postado por: Letícia Carluccio
A atividade física regular é um importante fator de promoção e manutenção da saúde e é recomendada a mulheres de todas as idades e situações, inclusive na gestação e pós-parto.
Ao contrario do que muitos pensam, mulheres grávidas podem sim praticar exercícios físicos e malharem, basta ter autorização de seu médico e ter um bom acompanhamento profissional.
A falta de atividade física regular é um dos fatores associados a uma alta suscetibilidade à doenças durante e após a gestação. Constata-se que exercícios resistidos com pesos de intensidade leve a moderada podem promover melhora na resistência e flexibilidade muscular. Consequentemente, a mulher passa a suportar melhor o aumento de peso e atenua as alterações posturais típicas desse período. A atividade física aeróbia auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, além de reduzir riscos de diabete gestacional, condição que afeta 5% das gestantes. A ativação dos grandes grupos musculares propicia uma melhor utilização da glicose e aumenta simultaneamente a sensibilidade à insulina.
Insulina: as gestantes geralmente têm resposta de insulina normal a glicose no início da gravidez, mas, à medida que o período gestacional avança, torna-se necessária mais insulina para transportar a mesma quantidade de glicose. A gestação, portanto, é considerada um estado hiperinsulinêmico, pois caracteriza-se por menor sensibilidade à insulina, explicada em parte pela ação de hormônios antagonistas da insulina, como a progesterona, cortisol, prolactina e o hormônio lactogênio placentário (principais hormônios manifestados durante a gravidez). Conforme explicado no post sobre diabetes, o exercício físico promove maior sensibilidade à insulina, fato extremamente positivo para o período gestacional (principalmente no período final da gestação, quando a insulina se torna menos eficiente).
Durante a gravidez geralmente é aconselhado o treinamento envolvendo pesos leves a moderados, evitando grandes cargas e contrações isométricas máximas, devido às respostas cardiovasculares, e a decorrente adição de pressão no sistema músculo-esquelético que este tipo de atividade pode causar. Mas tudo é uma questão de individualidade, na qual o condicionamento e nível de atividade física da mãe antes da gestação será levado em conta.
O exercício reduz e previne as lobalgias, devido à orientação da postura correta da gestante frente a hiperlordose que comumente surge durante a gestação, em função da expansão do útero na cavidade abdominal e o consequente desvio do centro gravitacional. Na ocorrências de dores nas mãos e membros inferiores (que acontecem por volta do terceiro semestre), frente a diminuição da flexibilidade nas juntas, a prática do exercício terá o efeito de minimizá-las, por promover menor retenção de líquidos.
A atividade cardiovascular se eleva no período gestacional. No entanto, com a prática regular de exercícios físicos, reduz-se esse estresse cardiovascular, refletindo em melhorias na circulação e na prevenção de tromboses e varizes (Na gravidez, varizes podem aparecer em quem nunca teve o problema e se agravar ainda mais nas mulheres que já convivem com elas. Isso porque, nessa fase, além das alterações hormonais, o aumento do abdome faz uma maior pressão nos vasos da pele, que se dilatam, prejudicando a passagem de sangue).
Apesar de se verificar uma diminuição do oxigênio fetal e da disponibilidade de carboidratos durante o exercício, esta redução é acompanhada de adaptações fisiológicas, como o aumento da extração de oxigênio, redistribuição intra-uterina e hemoconcentração. Além disso, alguns estudos mostram que um programa de exercício físico de moderada intensidade, iniciado numa fase precoce da gravidez, durante a fase hiperplásica do crescimento placentar, pode aumentar a capacidade funcional da placenta, aumentando a distribuição de nutrientes, assim como o crescimento fetal.
Apesar de se verificar uma diminuição do oxigênio fetal e da disponibilidade de carboidratos durante o exercício, esta redução é acompanhada de adaptações fisiológicas, como o aumento da extração de oxigênio, redistribuição intra-uterina e hemoconcentração. Além disso, alguns estudos mostram que um programa de exercício físico de moderada intensidade, iniciado numa fase precoce da gravidez, durante a fase hiperplásica do crescimento placentar, pode aumentar a capacidade funcional da placenta, aumentando a distribuição de nutrientes, assim como o crescimento fetal.
Muitos estudos atuais concordam que a manutenção da prática regular de exercícios durante a gravidez trará benefícios significantes para saúde da mãe (controle de peso materno, boa forma física, a sensação de bem-estar e melhora do cansaço, da qualidade do sono e das dores nas costas, entre outros benefícios adicionais como diminuir o risco de desenvolvimento do Diabetes mellitus gestacional, pré-eclâmpsia e melhorar a função psicológica) e do feto (ganho de peso).
Quanto aos fatores nutricionais, o American College of Sports Medicine, American Dietetic Association e Dietitians of Canada consideram que as necessidades nutricionais serão sempre individuais, estando diretamente relacionadas às condições de saúde/nutrição e ao tipo de atividade desenvolvida durante a gestação. Essa individualidade deve ser respeitada principalmente no primeiro semestre de gravidez, pois a saúde do embrião depende da condição pré-gestacional da mãe, não apensas quanto as sua reservas energéticas, mas também quanto reservas de vitaminas, minerais e oligoelementos. Já no segundo e terceiro semestre o meio externo irá exercer influência direta na condição nutricional do feto. Por isso, a disciplina relacionada à nutrição e exercício serão responsáveis por consequências imediatas e futuras tanto para a mãe quanto para o feto.
Mas atenção!! O exercício regular é contra-indicado em mulheres com as seguintes complicações: injúrias músculo-esqueléticas; complicações cardiovasculares; trabalho de parto prematuro; aumento do risco de aborto no primeiro trimestre da gestação e grave hipoglicemia, indicando, igualmente, a interrupção do exercício.
Considera-se como contra‑indicação relativa à prática de exercícios aeróbicos durante a gestação, a presença das seguintes patologias: anemia, arritmia cardíaca materna, diabetes mellitus tipo I não controlada, bronquite crônica, obesidade mórbida, baixo peso com índice de massa corporal inferior a 12 kg/m², estilo de vida extremamente sedentário, retardo no crescimento intra‑uterino na gestação atual, hipertensão não controlada, limitações ortopédicas, tabagismo e hipertireoidismo não controlado.
Referências Bibliográficas:
VITOLO, Regina. Nutrição: Da Gestação Ao Envelhecimento. ed. Rubio: Rio de Janeiro, 2008. p. 41-45.
http://storchiquiropraxia.blogspot.com.br/2012/04/quiropraxia-e-gravidez.html
http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v3n2/a04v03n2.pdf
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI860-10565,00.html
http://nutricionistainfantil.blogspot.com.br/2012/05/alimentacao-da-gestante-e-preferencia.html
http://www.efdeportes.com/efd133/gravidez-e-exercicio-fisico.htm
http://weheartit.com/pregnant
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