quinta-feira, 4 de julho de 2013

Diabetes e Exercício Físico

Postado por: Letícia Carluccio e Gabriel Queiroz
 
Diabetes é uma doença crônica em que ocorre disfunção do metabolismo da glicose. A capacidade de queima de material energético retirado dos alimentos para produção de energia pelo organismo é afetada.
A glicose é transportada pelo sangue, mas as células necessitam de insulina, que é produzida pelo pâncreas para permitir a entrada da glicose no interior das células.
No caso de portadores de diabetes, o indivíduo tem deficiência na produção de insulina, produzindo pouca ou nenhuma insulina (sendo o caso do diabetes tipo 1), ou sofrem resistência insulínica, em que a produção de insulina ocorre porém as células não conseguem metabolizar a glicose sanguínea.
 
 
A atividade física já é aceita por profissionais da saúde como um importante agente preventivo e terapêutico de diversas doenças crônicas.
Os benefícios da atividade física são explicados pelo estresse provocado pelo exercício no organismo : realizar uma atividade física exige que o corpo reaja ao esforço, colocando o organismo em situação metabólica mais intensa do que a sua atividade orgânica em repouso, logo esse estresse gera alterações fisiológicas e morfofuncionais no organismo a fim de adaptar o indivíduo a situação a qual está submetido.
Algumas dessas alterações fisiológicas são:
 
Aumento da captação da glicose pelo músculo
Captação da glicose no período pós-exercícios
Diminuição da glicose sanguínea
Aumento da sensibilidade celular à insulina
Aumento da ação da insulina

O exercício físico é capaz de reverter as alterações nas proteínas das mitocondrias musculares, provocadas pelos estados de deficiência de insulina (Luciano, Rostom De Mello, 1998). Este fato se deve ao aumento do movimento do transportador de glicose GLUT 4 para a membrana das células musculares e adiposas (Luciano, Rostom De Mello, 1998. Feo, et al, 2006).

O exercício é um importante fator no tratamento do diabetes. O exercício físico e a insulina utilizam diferentes caminhos de sinalização, levando a ativação dos transportadores de glicose, o que possivelmente explica porque em pessoas com resistência à insulina aumente a quantidade de GLUT 4 como resposta ao exercício físico.
 
Na prática do exercício físico, uma das mais importantes respostas de regulação do organismo é o aumento do fluxo sanguíneo para contração muscular, que propicia o aumento de substrato para o trabalho muscular, fazendo com que a glicose disponível não seja um fator limitante para a sua utilização quando o exercício é realizado em condições fisiológicas normais.
 
Em um estudo em que houve análise do efeito do exercício físico no controle glicêmico em indivíduos com diabetes tipo II, tratados e não tratados com insulina, constatou-se a diminuição crônica da glicemia, níveis de colesterol total, LDL-C menor, HDL-C maior, e diferença na freqüência cardíaca de repouso.
Os benefícios dos exercícios físicos, de forma geral, podem ser demonstrados através do aumento da concentração das enzimas glicolíticas e oxidativas, que aumentam  a capacidade do músculo esquelético de produzir energia com menor cetose, aumentando também a ação da insulina e hipoglicemiantes orais.
 
Posterior ao término da atividade, a musculatura continua captando glicose de forma mais eficiente, com o objetivo de recompor o glicogênio muscular e hepático e recuperar o organismo, podendo haver hipoglicemias até 48h depois do término do exercício. Os efeitos de treinamento na musculatura voluntária podem ser vistos com aumento da força e da resistência física, representando assim uma contribuição no controle do diabetes.
 
Na diabetes tipo I, as respostas pelo estado metabólico aos exercícios são influenciadas em seu início. Em presença de deficiência de insulina e cetose, os exercícios causarão o aumento da glicose plasmática, que acelerará a formação de corpos cetônicos. Este fato ocorre pois a captação da glicose pelo músculo depende da insulina, e com uma deficiência insulínica, o aumento habitual da captação de glicose pelo músculo, durante os exercícios, estará menor. A deficiência de insulina resultará em  grande aumento da produção de glicose pelo fígado e as concentrações de glicose circulantes no plasma aumentam significantemente.
 
A glicose plasmática irá diminuir durante os exercícios, ocorrendo a hipoglicemia. A captação de glicose pelo músculo aumenta com os exercícios, mesmo assim, o fígado é incapaz de aumentar sua produção de glicose, para repor sua perda na circulação, ocasionando uma queda da glicemia.  
 
Referências Bibliográficas:

NIEMAN David. Exercício e Saúde. ed. Manole: São Paulo; 1999 P. 85- 101

MARTINS, D. M. Efeito do Exercício Físico Sobre o Comportamento da Glicemia em Indivíduos Diabéticos. Dissertação de Mestrado. UFSC, Florianópolis, 1998.

NETTO, E. S. Atividade Física para Diabéticos. Rio de Janeiro: Sprint. 2000.

LUCIANO, E.; MELLO DE ROSTOM, M. A. Atividade física e metabolismo de proteínas em músculo de ratos diabéticos experimentais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 202-209, 1998.
http://www.diabetes.org.br/procurando-medicos/158-beneficios-da-atividade-fisica

http://www.efdeportes.com/efd93/diabetes.htm

 

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