Postado por: Thales Alexandre e Matheus Rômulo
A Hipertensão:
Uma definição comumente usada para hipertensão é: "uma doença crônica determinada por elevados níveis de pressão sanguínea nas artérias, o que faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer circular sangue através dos vasos sanguíneos". Basicamente isto quer dizer que, por algum motivo, o corpo do indivíduo se vê na necessidade de aumentar o fluxo sanguíneo continuamente (daí a definição crônica), o que requer um maior trabalho do coração. É importante notar que a elevação da pressão temporária pode ocorrer em diversas situações como momentos de estresse físico ou psicológico, e não necessariamente traz consequências danosas para o corpo. A sua elevação contínua, porém, pode trazer vários problemas como a aterosclerose, hipertrofia do ventrículo esquerdo (que por sua vez aumenta a chance de ataque e insuficiência cardíaco), problemas cerebrais como ataque isquémico transitório, insuficiência renal, entre outras.
Exercícios físicos ajudam a controlar a hipertensão:
Estudos buscam meios de diminuir os efeitos dessa disfunção na pressão arterial, e até mesmo controlá-la por completo. Vários fármacos conhecidos como anti-hipertensivos, que atuam na resistência periférica e/ou débito cardíaco mostraram sua eficiência, porém, muitos pesquisadores buscam outros meios de controlar a doença, com a função de aumentar a eficácia dos medicamentos ou até mesmo eliminar a necessidade de seu uso. Há comprovação de que os exercícios físicos podem provocar uma redução na pressão arterial, porém, é importante observar o tipo de exercício e como ele deve ser feito para que os benefícios gerados sejam consistentes.
O que dizem os estudos:
"Tem sido amplamente demonstrado que o treinamento físico aeróbio provoca importantes alterações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular", escreveram Maria Urbana P. Brandão Rondon e Patricia Chakur Brum em um estudo chamado Exercício físico como tratamento não-farmacológico da hipertensão arterial. Elas defendem que certas medidas alternativas como redução de peso, diminuição na ingesta de sódio e álcool e prática de atividade física regular podem ser, dependendo do grau de hipertensão, disponibilidade e aderência do paciente, aplicadas como tratamento único, não farmacológico ou em concomitância com o tratamento farmacológico. Este estudo cita vários outros nos quais o exercício físico provocou reduções que variaram de 3,8 11 mmHg na pressão arterial sistólica e de 2,6 a 8 mmHg na pressão arterial diastólica. Essas variações estavam relacionadas à etnia, idade e ao gênero dos pacientes, que de acordo com as autoras são fatores importantes a se considerar na avaliação do efeito hipotensor do exercício. O estudo frisa que nem todos os pacientes respondem a medida e que ela abrange certa de 75% dos afetados pela hipertensão, tendo mais efeito em casos leves e moderados. O efeito positivo do exercício físico nessas pessoas, porém, é indubitável.
Mecanismos de ação do exercício físico na pressão arterial:
Se por um lado há poucas dúvidas acerca do fato de que o exercício físico produz um efeito hipotensor, os meios pelos quais ele o faz são bastante debatidos e investigados. O estudo das mesmas autoras mencionadas acima menciona várias referências que defendem que um dos mecanismos possíveis para
explicar a diminuição na pressão arterial com o treinamento físico é a diminuição da resistência vascular periférica, a qual está relacionada à diminuição na atividade nervosa simpática, que os estudiosos acreditam ser causada pela redução nos níveis de noradrenalina plasmática ou spillover de noradrenalina,aumento na sensibilidade barorreflexa (Capacidade de resposta reflexa da frequência cardíaca às oscilações na pressão arterial (PA), tendo como objetivo a manutenção da PA em níveis relativamente estreitos), pela redução na atividade nervosa simpática periférica e pelo aumento na liberação de prostaglandina E (que tem ação vasodilatadora). Outros estudos abordam efeitos diferentes e defendem que o exercício físico pode provocar diminuição no volume plasmático e no volume sistólico, que podem causar diminuição no débito cardíaco, a qual após o exercício pode ser relacionada a uma braquiocardia de repouso em consequência de um menor tônus simpático no coração.
Referências Bibliográficas:
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